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12/12/2012

# Editora Suma # Katherine Howe

Katherine Howe - O Livro Perdido das Bruxas de Salem - Suma de Letras


Leituras de Rebecca n° 29

Para Connie Goodwin, 1991 prometia ser um ano dedicado exclusivamente aos estudos para sua dissertação de mestrado em Harvard. Mas sua mãe, Grace, uma mulher tão esotérica e serena quanto Connie é lógica, prática e dinâmica, tinha planos distintos. A casa da mãe de Grace no interior do condado de Essex estava em ruínas e precisava ser reformada e vendida. Ao pedir à filha para tomar as rédeas deste problema, mal sabia ela que estaria alterando de forma profunda o curso da vida de Connie. Ou será que, sim, sabia? No condado de Essex, fica a cidade de Salem, palco dos julgamentos de 1692, quando mais de 150 pessoas foram presas e acusadas de bruxaria e mais de 20 condenadas à forca. O episódio é um dos mais infames da História dos Estados Unidos, um triste exemplo de histeria coletiva de proporções medievais, disseminada por um grupo de meninas pré-adolescentes e abraçada por uma comunidade em busca de vingança. "Todos os acusados eram pessoas que estavam fora de compasso com a cultura em que viviam", diz a escritora Katherine Howe. O Livro Perdido das Bruxas de Salem, o primeiro romance da autora, integra os fatos históricos a uma narrativa ficcional de tom feminista. Ao se estabelecer na casa da avó, Connie começa a mergulhar no passado da região e mais especificamente no de Deliverance Dane, uma mulher cujo nome estava num pedaço de papel guardado junto de uma chave na casa. Uma mulher que se dedicava a curar pessoas doentes receitando remédios e poções. Por isso mesmo, como tantas contemporâneas suas, malvista por parte de sua comunidade. "No período anterior à Revolução Científica, a conexão entre fé, saúde e ciência era bem escorregadia", diz Katherine, que tem mestrado em História Americana e da região da Nova Inglaterra.


Eu adoro romances históricos ou paranormais e esse livro conseguiu juntar os dois tipos. Katherine Howe conseguiu acertar a receita. Eu torci muito por Connie e sofri junto com as mulheres do passado, Deliverance, Prudence e assim por diante. Achei Connie um pouco enjoadinha no começo, ela é bem "São Tomé", mas para a profissão que escolheu isso se encaixava bem. Mas teve momentos que eu perdi a paciência com ela, aff! Ela não se diverte, mal tem amigos e a mãe dela não ajuda. Pense numa mulher cabeça de vento! Com uma mãe dessa não admira o tipo antipática que ela virou. Essa casa veio para virar a vida dela de cabeça pra baixo e trazer um pouco de emoção. No meio do caminho ela conhece Sam, um fofo-lindo-gostosura que trabalha com restauração de prédios históricos e que dá uma forcinha na investigação.

Me surpreendeu bastante os detalhes do período histórico, e isso é algo que eu adoro, me faz acreditar e ir junto com personagem até o final. Adorei as descrições da vida de Deliverance, e o que ela me mostrou sobre a vida das mulheres de seu tempo.

Connie faz algumas descobertas surpreendentes, ela segue cada parte do mistério do livro de receitas e acaba descobrindo sobre si própria e abrindo novos horizontes. O livro se move suavemente entre as duas eras e as histórias de Connie e Deliverance são cativantes.

Não quero entregar muito da história para não perder a graça, garanto que vocês vão gostar de cada reviravolta.

Eu recomendo para quem adora um bom mistério com umas boas colheradas de romance e suspense.

Um comentário:

  1. A primeira vez que vi esse livro já me interessei por ele. Depois fui lendo algumas resenhas e comentários e fiquei fascinada. Vou procurar ler o mais rápido possível, talvez mesmo no começo do ano e matar minha curiosidade. Gostei imensamente da sua resenha. Parabéns.

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