Leituras de Jois #03
Título
original: Dancing on Broken Glass
Autor: Ka Hancock
Páginas: 336
Editora: Arqueiro
ISBN-13: 9788580412079
ISBN-10: 8580412072
Ano: 2013
Lucy Houston e Mickey Chandler não deveriam se apaixonar. Os dois sofrem de
doenças genéticas: Lucy tem um histórico familiar de câncer de mama muito
agressivo e Mickey, um grave transtorno bipolar. No entanto, quando seus
caminhos se cruzam, é impossível negar a atração entre eles. Contrariando toda
a lógica que indicava que sua história não teria futuro, eles se casam e firmam
– por escrito – um compromisso para fazer o relacionamento dar certo. Mickey
promete tomar os remédios. Lucy promete não culpá-lo pelas coisas que ele não
pode controlar. Mickey será sempre honesto. Lucy será paciente. Como em qualquer
relação, eles têm dias bons e dias ruins – alguns terríveis. Depois que Lucy
quase perde uma batalha contra o câncer, eles criam mais uma regra: nunca terão
filhos, para não passar adiante sua herança genética. Porém, em seu 11°
aniversário de casamento, durante uma consulta de rotina, Lucy é surpreendida
com uma notícia extraordinária, quase um milagre, que vai mudar tudo o que ela
e Mickey haviam planejado. De uma hora para outra todas as regras são jogadas
pela janela e eles terão que redescobrir o verdadeiro significado do
amor.Dançando sobre cacos de vidro é a história de um amor inspirador que
supera todos os obstáculos para se tornar possível.
O mundo de Lucy se resumia às irmãs, Priscila e Lily,
e aos vizinhos que passaram a ser sua família logo após a morte dos pais. Seu
pai morreu quando tinha somente 5 anos e aos 17 perdeu a mãe, vítima de câncer
de mama. Mas, antes disso, já tinha perdido a avó materna vítima da mesma
doença. Bom, a vida continuou, mas ela e as irmãs sempre viveram na expectativa
de quando chegariam a sua vez.
Mickey é sócio com o melhor amigo, Jared, em casas noturnas e faz stand-up
comedy nas mesmas nas horas vagas. Sofre de transtorno bipolar, o que pode
levá-lo da euforia a depressão em pouquíssimo tempo, é e Jared quem segura as
pontas quando Mickey precisa ser internado por conta de seus surtos.
E é assim que ambos se encontram, Lucy comemorando seu aniversário de 21
anos em das casas noturnas de Mickey e ele fazendo um show especial pra Lucy.
Tinha tudo pra dar errado, tinha tudo pra não acontecer, mas acabou
acontecendo. Mickey gasta muito tempo tentando amedrontar Lucy, dizendo ser
instável, uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento, e Lucy só
pede que ele se arrisque com ela. É tudo tão lindo, de uma sensibilidade, que
você pensa “quero ser Lucy quando crescer”.
Cinco anos após o casamento, Lucy é diagnosticada com
a doença, que vem de uma forma agressiva. Ao mesmo tempo em que Lucy luta pela
vida, Mickey tem um surto psicótico... ambos no mesmo hospital, um na ala de
oncologia e o outro na psiquiátrica. Quando se recuperam, firmam o acordo de
não terem filhos, de não passar adiante a genética, mas, anos depois, numa
consulta de rotina, Lucy recebe a notícia de que está grávida. Mesmo contra
todas as probabilidades e um ligamento de trompas, um bebê aconteceu e esse
bebê se torna o milagre deles. Mas, junto com o bebê, outras notícias também
chegam...
Não sei como falar deste livro sem soltar spoiler e se falei algum, me
desculpem. Lucy é uma personagem cativante, forte e, acima de tudo, amorosa e
tolerante. Ela tenta não surtar com os surtos de Mickey, procura entender.
Sempre soube no que estava se metendo e que tipo de relação teria com ele. Ela
o ama incondicionalmente, o pacote completo. E o que dizer de Mickey,
personagem que amei, xinguei, sofri, compreendi, não compreendi, me fez sorrir
e depois me fez chorar, chorar muito? A estória é narrada em primeira pessoa,
por Lucy, mas a cada início de capítulo há uma transcrição dos diários que
Mickey é obrigado a fazer quando está na ala de psiquiatra. Os diários fazem
parte do tratamento e os trechos podem ser uma lembrança ou algo relacionado a
sua doença. O ponto alto da história é justamente este, saber o que os
envolvidos pensam.
É uma estória triste, mas linda na mesma proporção, com personagens
adoráveis.
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